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BELLY LOVE | Ser mãe…em confinamento

By | BELLY LOVE

SER MÃE… EM CONFINAMENTO
A partilha de uma experiência

M de Militante

Os primeiros bebés fruto do confinamento estão agora com um ano e ao observar as Mamãs que acompanhei percebo a grande diferença que existe entre o confinamento natural do pós parto e o confinamento forçado a que foram obrigadas. É qualquer coisa próximo do serviço militar obrigatório (só que para mulheres). Para umas é algo natural que lembram entre gargalhadas para outras um momento altamente traumatizante do ingresso numa vida adulta. Creio que a questão passa efectivamente pela liberdade ou não de cumprir o serviço militar em regime de confinamento voluntário ou obrigatório.

Ser Mãe é como ser militante de um trabalho não remunerado a tempo inteiro que nenhum gestor de recursos humanos consegue vender por ser simplesmente surreal. É um trabalho que não tem hora para começar nem hora para terminar, um trabalho que não tira dias de férias, folga, não paga horas extraordinárias e cujo “layoff” não se conhece. É um trabalho de multitasking, multiforce e não remunerado, sem ordem ou sindicato, sem carteira profissional, sem descontos para o Estado, sem Segurança Social e que transgride todas as leis laborais. Ainda assim é um trabalho para o qual grande parte das mulheres se candidata de forma voluntária e entusiasta. Porquê? Porque existe algo de militante na maternidade.

Uma mulher alista-se como Mãe, mesmos antes de saber para o que vai realmente. Assim como o militante que vai para os comandos ou tropa de elite sem saber muito bem do que se trata especificamente. O parto é a praxe, o que acontece após o parto já é formação em tropa de elite capaz de resistir às formas mais antigas e reconhecidas de tortura, como privação do sono, greves de fome e exploração do corpo, e ainda sorrir. Após se voluntariar, a Mãe, como uma verdadeira militante sem tempo mínimo de recruta, e no ritmo frenético de combate vive esta militância idealista sem desertar.

Tal qual o militante mais devoto, a Mãe entrega-se de forma absoluta vivendo intensamente este papel acima de qualquer outro, sem ceder a subornos ou prazeres e punindo-se com uma culpa acutilante qualquer momento que possa desvirtuar o sacrifício por esta missão. Tudo por um orgulho à farda que veste quando desfila a bandeira/bebé perante os olhares “invejosos”, que já foram o seu, e que a fazem sentir a pessoa mais importante e capaz do Mundo (até alguma Mãe de bancada abrir a boca e dar os seus palpites, tipo “spoiler”).

O que mantém as Mães livres da loucura são os “compromissos” inadiáveis como o cabeleireiro, o chá com as amigas, a ida às compras, as voltas no parque para a dose extra de vitamina D do bebé, as voltas no shopping para comprar algo essencial, de que já não se lembra, enfim fazer qualquer uma das dezenas de coisas que combinam com uma selfie de licença de maternidade. Sabemos que essa pausa idílica eternizada numa fotografia é isso mesmo, um breve segundo de pausa de um caos maior. Mas a verdade é que as Mães pré pandemia tinham as fotos, as ilusões, a vida online cor-de-rosa que compraram, apesar da publicidade enganosa do que é o pós-parto, e que estavam determinadas a passar em diante como canta a tradição.

A verdade sabemos todas. As Mães vivem confinadas nos primeiros meses do pós parto. Depois deste período existe uma espécie de levantamento do confinamento obrigatório mas apenas para saídas justificadas ao local de trabalho, compras e farmácia (mas nunca, jamais para momentos de lazer). Sabemos que o confinamento da mulher ao papel de Mãe começa quando nos apresentamos ao serviço para este cargo que não termina e que sabemos só abrandar quando chegar o dia da promoção… ser Avó. Ainda assim a vivência actual da maternidade apesar de ainda em confinamento trata de um confinamento num contexto de pandemia que torna o igual diferente. O confinamento da maternidade é das Mães por direito, um confinamento voluntário que conferia em si super poderes. Actualmente é obrigatório e deixou de ser nosso para ser de todos. Ora isto é como tornar as tropas especiais em polícias municipais.

Quem vai agora olhar com “inveja” para a nossa patente/bebé? Onde estão as “selfies” nos jardins, parques, shoppings, pastelarias, museus? Como vamos agora disputar gracinhas, feitos e avanços dos nossos mais que tudo? são estas questões práticas que parecem fúteis que fazem toda a diferença na militância.

Lara Lima
Fundadora do método BMQ, formadora da AMAYUR
Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
Terapeuta Ayurveda Sénior
Professora Sénior de Yoga.

    BACK2LIFE | Para viver a vida temos de aprender a deixar de usar como desculpa.

    By | BACK2LIFE

    Amar é um verbo, amar-te uma prioridade.
    PARA VIVER A VIDA TEMOS DE APRENDER A DEIXAR DE A USAR COMO DESCULPA.

    Creio que uma das grandes questões da vida do Ser humano é perceber que a sua existência social apesar de fundamental para o equilíbrio global está longe de determinar esse mesmo equilíbrio e por isso, seja qual for o papel que desempenhamos a cada momento, a questão que resume tudo penso ser: “será que acertei”.

    Basta uns quantos anos de vida e alguma maturidade para perceber que erramos. Erramos muito, simplesmente porque o erro está assente num desvio padrão em relação à média. Erramos tanto que quando acertamos olhamos em volta à procura de um megafone que exalte o sucesso e a frustração aparece num pulo quando não somos percebidos.

    Este é o sucesso do programa Back to Life. Quando nos comprometemos com o próprio despertar, e assumimos um compromisso pessoal para com a Vida passamos a viver a vida e não a usá-la como desculpa para os nossos pensamentos, atitudes e reacções.

    Como encorajadora deste processo percebo quanta força, disciplina, resiliência e determinação são necessárias para manter um caminho dorido no processo de mudar a própria estrutura da personalidade. Este caminho não se percorre apenas estudando conceitos filosóficos em livros e palestras. Este caminho vive-se, e na maior parte das vezes de forma bem prática e dorida. Por isso, quando recebo um texto como este que partilho em seguida sobre o processo, sinto uma profunda gratidão e reconhecimento pela Vida e por poder assistir a estas metamorfoses.

    “Viver uma verdadeira experiência amorosa é um dos maiores prazeres da vida. Gostar é sentir com a alma, mas expressar os sentimentos depende das ideias de cada um. Condicionamos o amor às nossas necessidades neuróticas e acabamos com ele. Vivemos uma vida a tentar fazer com que os outros se responsabilizem pelas nossas necessidades enquanto nós nos abandonamos irresponsavelmente.

    Queremos ser amados e não nos amamos, queremos ser compreendidos e não nos compreendemos, queremos o apoio dos outros e damos o nosso a estes. Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha preencher o buraco que nós cavámos. A insatisfação e o vazio interior transformam-se na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão.

    Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades. Só quem se ama pode encontrar na sua vida um amor de verdade.”

    N.R. 2021

    No último artigo desta rubrica, Back to Life, falei do tipo de pessoas que me procura mas não revelei o denominador comum. Esse denominador comum revelo agora – DESAMOR PRÓPRIO. Seja qual for o argumento, o contexto, a situação que te traz a este sofrimento ele tem uma única causa: a sede pelo prazer e inevitável apego por algo perene e exterior, afinal a única coisa que existe para sempre, para ti, é a tua linha cronológica. Só a linha cronológica do corpo físico é eterna e por esse motivo também é eterna a saudade perante quem parte.

    De facto, quando buscamos no outro a fonte de prazer afastamo-nos na verdade que existe em cada um de nós. O amor não é o outro, o amor é aquilo que fazemos do outro. Se o outro fosse a fonte do amor então todos os Seres estariam num processo amoroso pela mesma pessoa porém nem Deus que é fonte de amor envolve a humanidade quanto mais aquela pessoa a quem entregas-te a tua felicidade e plenitude. Amar é importante mas amar-te é fundamental. Como amar o outro quando não reconhecemos quem somos?

    Só o amor próprio pode fazer-nos compreender as diferenças. Do entendimento pessoal de que somos amados mesmo quando erramos, e a maior parte das vezes erramos por amor, é que surge a compaixão pelos erros dos outros. Pois que possamos fazê-lo para nós mesmos e assim crescer na tranquilidade de viver a vida na plenitude do que somos, do momento e do contexto de forma a podermos “amar o outro assim como a ti mesmo”.

    Lara Lima
    Fundadora do método BMQ
    Formadora da AMAYUR
    Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
    Terapeuta Ayurveda Sénior
    Professora Sénior de Yoga.

      YOGUI LIFE | A Relevância de um professor

      By | YOGUI LIFE

      A RELEVÂNCIA DE UM PROFESSOR
      UM PROFESSOR É, EM PRIMEIRO LUGAR, UM ALUNO COM MAIS EXPERIÊNCIA. 

      São diversas as necessidades que motivam uma pessoa a iniciar uma prática de Yoga e cada uma dessas necessidades contém em si a pertinência do tema deste texto – a relevância do Professor de Yoga.

      Em tempos onde um clic dá acesso a um infinito número de aulas oferecidas por qualquer figura, em qualquer plataforma digital ou rede social, por valores irrisórios ou até gratuitos, a figura do professor de Yoga parece ter-se tornado totalmente descartável.

      A prática, agora reconhecida e promovida em formato “DIY”, como acontece aliás com qualquer coisa, está na moda. Se veio para ficar? Talvez.

      “A relação professor/aluno deixa de existir quando o aluno se posiciona como cliente e vê no professor não uma inspiração mas um prestador de serviços, igual a tantos outros disponíveis para o servir.”

      Estamos muito longe da relação de respeito professor/aluno descrita nos Vedas e durante tantos anos praticada. O professor, seja qual for a sua área, é visto actualmente como um prestador de serviços altamente dispensável e facilmente substituído e o aluno veste agora o papel de cliente que pretende estabelecer o valor do professor e a sua forma de ensinar. Enquanto a relação aluno/professor for vista como relação cliente/prestador predominará a insustentabilidade do sistema educativo e seguramente a transmissão do Yoga para além do asana. Principalmente porque ao Professor de Yoga não interessa ensinar asana mas ajudar o aluno a realizar a auto-transformação que o trará a um novo paradigma de Vida: Viver pleno e responsável pelas suas acções.

      • Qual a relevância de um Professor de Yoga na actualidade?

      O Professor de Yoga não é um arquitecto de asana que pretende deixar tudo lindo e alinhado. O Professor de Yoga está mais para engenheiro de obra que percebe o asana como espelho dos desafios, padrões e história pessoais que bloqueiam ou dificultam o caminho para o auto-conhecimento. Para ser Professor de Yoga não basta, apesar de ser importante, saber fazer e demonstrar a postura, isso seria altamente redutor e não muito diferente de um professor de ginástica, artes circenses ou BTS. Para ser Professor de Yoga há que conhecer a postura sim mas acima de tudo perceber o seu funcionamento na engenharia interior do corpo humano e enquadramento no corpo de conhecimento do Yoga. Há ainda que saber adequar o ensinamento à maturidade de quem o procura e ter a paciência e sabedoria de o transmitir ao ritmo de aprendizagem do aluno. Não basta ser versado em técnicas pedagógicas e didácticas e um pouco de psicologia comportamental. Para ser Professor de Yoga é necessário ter andado por este caminho, ter passado tempo neste caminho e sobretudo tê-lo feito com um bom guia.

      Ser Professor de Yoga não é uma tarefa tão fácil como parece. Ao ensinar novos professores de Yoga percebo que muitos deles não são sequer ainda praticantes. Na verdade muitos não são sequer alunos. O curso de Yoga serve nestes casos apenas como uma porta de entrada tão válida como as aulas regulares de Yoga. Não se trata de desvalorizar a formação de Yoga nem de enaltecer as aulas de asana, trata-se sim de deixar claro que o entusiasmo em aprender deve ser o grande motivador para iniciar a prática de Yoga. O que começou por um desafio ou necessidade vira rapidamente um encantamento e é bom que assim seja. Mas isso é apenas o início. Existem coisas que não se aprendem, não se ensinam e uma delas é a ser Professor de Yoga. Para ser Professor de Yoga é fundamental ser sobretudo um aluno, um aluno disciplinado na prática, no estudo, na exposição ao ensinamento e ter um Professor, num reconhecimento humilde de quem não sabe tudo e honestidade em relação àquilo que se sabe.

      Além disso, é desejável manter uma atitude de desapego perante o aluno, perante o acto de ensinar. O ensinamento não depende apenas de quem ensina, depende da disponibilidade de quem aprende. O processo não depende apenas do professor mas também do aluno e o aluno é uma pessoa em transformação. Todos os dias diferente, todos os dias livre. Nunca nosso.

      Um professor necessita também ele de um Professor. Um Professor que espelhe as armadilhas em que facilmente se cai. As armadilhas do auto-julgamento por “vestir” as expectativas, projecções e frustrações dos alunos. As armadilhas da auto-promoção por cair na ilusão da vida social digital que confunde a relação professor/aluno como uma relação cliente/prestador. As armadilhas do ego que nos fazem esquecer que somos alunos, pessoas normais que também estão no processo de ensino aprendizagem como aprendizes, tentando e dando o melhor de si como professores.

      Como professora, creio que o maior dever é incentivar e entusiasmar o aluno a praticar sem medo de se descobrir, de se transformar. Como “mãe” claro que me toca quando um aluno parte e procura outro professor mas como Professora de Yoga sei que fiz um bom trabalho porque o Yoga despertou, germinou e agora simplesmente mudou de lugar. Assim como uma planta às vezes precisa ser transplantada, mudada de sítio, apanhar uma outra luz ou ar, também alguns alunos precisam de mudar. Não reconhecer essa necessidade é esquecer o meu percurso como aluna e a minha responsabilidade como professora. Na verdade, todos nós como alunos almejamos encontrar o professor perfeito. Na verdade, todos nós como pessoas almejamos sempre mais do que o que temos no presente, olhamos sempre para a relva do vizinho como mais verde que a nossa e nesse momento pulamos a cerca, mudamos e acabamos por desvalorizar o que tínhamos. O tempo se encarregará de mostrar se essa mudança foi de facto necessária ou se foi uma muda, um trasplante precoce. A atitude perante essa constatação vai definir se, como alunos, perdemos o professor ou nos perdemos..

      • O que faz de um professor de Yoga o teu Professor de Yoga?

      Não é preciso estar muito atento para perceber que um instrutor de asana, um “self made asana teacher” pode ser uma boa oportunidade de contactar com algo que eleve a auto-confiança, a auto-estima e até dar o “boost” necessário para a responsabilização de uma prática física diária que higienize o corpo mas serão estas pessoas capazes de transmitirem técnicas e vislumbres do que seja essa experiência de realização através do Yoga?

      Os instrutores são importantes, eles abrem portas mas quando o Yoga despertar vais sentir necessidade de Professor que conheça a direção, reconheça o teu posicionamento e tenha a experiência e liberdade para te ajudar a caminhar sem fazer do teu caminho a sua conquista.

      Este texto não pretende apontar ou criticar escolhas, mas sim partilhar uma perspectiva pessoal sobre o empenho pessoal e profissional que vejo nos Professores de Yoga que dedicam as suas vidas, em exclusivo, ao estudo e partilha do conhecimento védico que traz sustento a uma prática séria, actualmente tornada salubre no conteúdo.

      A partilha de uma perspectiva actual de profissionais que durante anos foram reconhecidamente fortes alavancas de grandes mudanças e que actualmente são preteridos não por irrelevante impacto na vida de quem os procurou mas simplesmente por referência financeira ou popularidade nas redes sociais.

      A partilha de quem se preocupa em conhecer cada aluno como uma identidade pessoal, familiar e social única e percebe a sua acção com uma responsabilidade, um dever, que ultrapassa os limites da sala de aula.

      Encontrar um Professor de Yoga que conheça a tua história, te trate pelo teu nome próprio e se interesse genuinamente pelo teu processo e não apenas pelos 60 ou 90m de aula é de fundamental importância quando perceberes que para evoluir necessitas reconhecer e desafiar os padrões que geram em ti condicionamentos, constantes.

      Sou Professora de Yoga. Não sirvo interesses de clientes, sirvo o interesse sincero das pessoas que me procuram e me vêem como uma inspiração no seu caminho. Sou assim porque os meus Professores são assim também e neles encontro a minha inspiração. Eu, mas isto sou eu, jamais condicionaria a minha condição de aluna ao número de seguidores que têm nas redes sociais (alguns só agora têm redes sociais), às fotos que possam postar sobre a capacidade de fazerem alguma postura (não é esse tipo de inspiração que procuro neles), ao valor que definem como justo para a sua transmissão (mesmo que muitas vezes isso me condicione o número de práticas não condiciona a minha lealdade), os seus horários (e às vezes são mais de 4h de diferença).  O meu dharma é ser professora e vejo nesse dharma a responsabilidade incrementada de ser aluna pois só inspiramos crescimento no outro quando nos empenhamos na nossa própria aprendizagem.

      Lara Lima
      Fundadora do método BMQ, formadora da AMAYUR
      Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
      Terapeuta Ayurveda Sénior
      Professora Sénior de Yoga.

        BELLY LOVE | M de Mulher, eu?

        By | BELLY LOVE

        O INÍCIO DE UM CAMINHO DE EMPODERAMENTO
        A PARTILHA DE UMA EXPERIÊNCIA QUE NOS PREPARA PARA SER… EU

        M de Mulher, eu?

        Quero começar este texto reivindicando, perante as minhas semelhantes, o direito de Ser Mulher algo que sempre defendi no meu trabalho com gestantes mas que muitas vezes me frustrou sem perceber a dificuldade das Mães em se posicionarem como mulheres quando o bebé nasce, quando ele cresce e até quando ele mesmo já é Mãe ou Pai.

        Por outro lado, quero deixar registado um sincero pedido de desculpas a todas as Mães que “critiquei” por me sentir frustrada em não as conseguir empedrar como mulheres quando achei que era a altura (quanta pretensão). Três filhos depois percebo finalmente o desafio mas felizmente sem resignação. Sou Mãe sim, mas também sou Mulher! (Apesar de poder demorar algum tempo até o perceber.)

        Quero ter a liberdade de me assumir como Mulher sem me sentir julgada e condenada no papel de Mãe. Quero ter a liberdade de me assumir como Mulher sem necessidade de pintar os lábios de vermelho ou lutar por direitos e deveres. Mas, acima de tudo quero mostrar a ti Mãe/Mulher que ser Mãe é apenas um papel do Ser Mulher. Um papel que podes ou não assumir, desejar ou realizar. Talvez seja o mais importante, talvez não. É um papel à tua medida e a tua medida é a única que te deveria importar pois para os teus filhos serás sempre a melhor Mãe do Mundo.  Agora Mulher, ter a liberdade de ser mulher é algo que devias conquistar essencialmente para ti, completamente dissociado de qualquer paradigma externo.

        Quero também mostrar a ti, único Pai que me lê, que a Mãe dos teus filhos continua a ser Mulher, e se ela não o vê, fá-la sentir-se de novo Mulher oferecendo-lhe tempo, atenção e oportunidade para o Ser.

        Para mim que sou Mãe, é fácil compreender que quando o dia termina a sensação é que não se fez o suficiente e que cinco minutos em silêncio debaixo do chuveiro são fundamentais para encontrar alguma paz. Juro que entendo o dilema de tirar um fim de semana para descansar sozinha, ir a um retiro, fazer um curso e a angústia de não ser a Mãe perfeita (?!) por estar a praticar yoga ou meditação em vez de os ter ido buscar mais cedo à escola ou não ter a casa arrumada.

        Como Mãe conheço a realidade dos bastidores e por isso te digo sem receio que no processo de Maternidade para além de amor, existe também o medo, a tristeza, a renúncia e os dias negros. Nem só de luz e sorrisos é feita a maternidade apesar de todos te quererem convencer disso e ninguém falar do outro lado abertamente.

        Seja nos grupos de facebook, no chá de bebé, nas conversas com amigas ou na noite de Natal, quando estás grávida todos te falam do amor incondicional e imensurável que irás sentir (amor esse que vem, não de imediato como te fazem crer mas a seu tempo, no teu tempo sem que te tenhas de sentir culpada ou forçada a senti-lo antes da sua chegada) e da renúncia normal de tomar um banho na hora desejada, de deitar e dormir quando e como quiseres, ires e vires de onde e quando quiseres. Desde o momento em que engravidas a sociedade faz-te crer que é normal o M de Mulher se doar por completo ao M de Mãe e que, ainda que a Mulher se perca nesse processo, ser Mãe faz tudo valer a pena deitando por terra qualquer argumento que possa vir à conversa se por vezes queremos reencontrar a Mulher que existe em nós.

        Na verdade aposto que existe em cada Mãe uma vozinha que já chorou baixinho a incerteza de ter tomado a decisão certa em dizer “sim” à maternidade e ao mesmo tempo um vozeirão familiar a berrar – “tens de aguentar agora que escolheste ser Mãe”, e no meio tu, Mulher.

        É certo que ser Mãe passa pela fase da renúncia da vida antiga, processo que varia de Mulher para Mulher, mas uma renúncia à vida antiga não é uma renúncia à Mulher e muito menos à Vida. A Mulher agora Mãe precisa aprender a renascer como Mulher Mãe e não Mulher versus Mãe.

        Neste renascimento da Mulher existem coisas de Mãe que vão ficar na vida da Mulher, que fazem parte do papel Mãe:

        • o “trabalho” não remunerado, chegando a ser um trabalho ingrato, que começa no momento em que acordas, e às vezes, nem sequer termina quando vais dormir;
        • as tarefas pendentes que apesar de iniciadas raramente são terminadas graças ao constante desvio de atenção;
        • os momentos de descanso quando estás por conta própria em casa são sonhos não a realidade, especialmente se falamos em fim-de-semana ou férias;
        • a lista interminável de tarefas num ciclo que nunca tem fim e se renova de dia para dia;
        • o julgamento constante de outros, quanto mais próximos piores, por deixares os teus filhos aos cuidados de outras pessoas para ires trabalhar, descansar, relaxar.
        • o acordar uma hora antes de todos para terminar alguma tarefa inacabada, começar uma tarefa nova ou para ter um tempo em silêncio;
        • o “segundo turno”, depois do trabalho e antes de chegar a casa, pagar as contas, fazer as compras do supermercado, fazer o serviço de lavandaria e claro, o serviço de táxi das crianças;
        • o “terceiro turno” trabalho de uma dona de casa que ao chegar do trabalho a casa ainda faz o jantar, dá banho e jantar aos filhos, e lhes conta histórias na hora de dormir.

        Assim é missão deste artigo te lembrar que neste nascimento da Mãe existem coisas de Mulher que deverão integrar a vida da Mãe, pois fazem parte do Ser Mulher:

        • reclamares um mimo, um beijo, um abraço, um presente e um obrigada;
        • ter hora marcada no cabeleireiro, na esteticista e na manicure porque sim;
        • chorar de amor ou simplesmente de emoção;
        • ser gentil, ser determinada, ser energética, ser ética;
        • cuidar da alimentação e da balança;
        • ter tempo para as amigas, para o cinema e para o bate perna;
        • gostar de namorar e comprar lingerie;
        • não perder um bom desejo de TPM;
        • lutar e acreditar na igualdade de género no trabalho e em casa;

        E acima de tudo lembrar que é normal fazer planos para tudo isto, incluindo os filhos no plano. Sim, ser Mulher é fundamental mas ser Mãe é uma marca registada que deu continuidade à Humanidade e que por isso passa de papel a um modo de ser, um estado de espírito, uma força vital!

        Lara Lima
        Fundadora do método BMQ, formadora da AMAYUR
        Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
        Terapeuta Ayurveda Sénior
        Professora Sénior de Yoga.

        DAILY AYURVEDA – História do Ayurveda do além tempo até aqui e agora

        By | DAILY AYURVEDA

        HISTÓRIA DO AYURVEDA
        – DO ALÉM TEMPO ATÉ AQUI E AGORA

        A história do Ayurveda, para além de longa, é mística. Escrevo mística porque está envolta de mistério no que diz respeito à sua origem se tivermos em conta a clareza, certeza e acuidade dos primeiros registos, datados de há cerca de 3500 anos antes de Cristo, nos Vedas. Apesar de haver referência ao conhecimento Ayurveda nos Vedas, nomeadamente Rig Veda, Ajur Veda e Atharva Veda, não existe a descrição deste corpo de conhecimento remetendo-nos para a ideia de que o conhecimento já existia de forma integrada naquela sociedade e cultura. Ora, a integração de um corpo de conhecimento numa cultura não é coisa para acontecer de forma fugaz e leviana, não antigamente pelo menos.

        É inegável que o Ayurveda tem origem em tempos imemoriais, tempos anteriores às dimensões tempo e espaço recentes quando os continentes tinham outros posicionamentos e o tempo se contava de outra forma que não associado ao nascimento de Cristo (até porque faltariam ainda uns milhares de anos para esse acontecimento). Assim, a história não tem registo ou memória da origem do Ayurveda originando um mistério que acabou por contar uma história semelhante a uma manta de retalhos, cheia de silêncios e padrões que não encaixam e que acabam por tornar a sua verdadeira origem pouco clara, diria até oculta. Por isso, na Índia se diz que o Ayurveda teve origem direta do próprio Criador (Brahm) e é considerado eterno, porque ninguém sabe realmente em que época ele ainda não existia. Tudo isso mostra sua longa tradição e a sua profunda ligação com a cultura indiana.
        Porém, se por um lado esse mistério e desordem atrai uns quantos, tantos outros questionam ou reduzem a história do Ayurveda apenas ao que tem registo, desvalorizando o Ayurveda no tempo e espaço, duas dimensões que sustentam o Mundo actual.

        O texto de hoje vem abordar a história do Ayurveda para além das dimensões: tempo, espaço e mundo como o conhecemos; e expor de forma clara a história da Medicina Ayurveda como o sistema médico mais antigo do mundo, pelo menos no que diz respeito ao Mundo como o conhecemos.
        A medicina ayurveda tem provas registadas de ser originária do vale do hindu, na zona agora registada geograficamente como India. Nestes mesmos registos, é referido que o conhecimento descrito, e não escrito, existia há já milhares de anos apesar de ser até então transmitido dentro de uma tradição oral de mestres para discípulos baseado na sabedoria eterna do povo, adquirida a partir de experiência e meditação sobre todos os conhecimentos que pudessem ser úteis à humanidade: engenharia, física, astrologia, biologia, toxicologia, filosofia, teologia, etc..
        Mas temos por missão, neste texto, esclarecer o que já foi concluído pela “ciência”, tratando-se por isso de algo “inquestionável” para a mente da sociedade actual, e não, fazer inferências ou comentários pessoais.
        A verdade é que ninguém sabe ao certo quando se desenvolveu a primeira civilização na India mas estudos actuais asseguram que, a civilização mais antiga de que se tem notícia – Harappa, surgiu por volta de 3000 anos a.C. Ora estamos a falar de uma civilização com saneamento, mercados de rua, termas, casas estruturadas, lugares comuns de lazer e recurso a ervas medicinais muito usadas no ayurveda. O facto desta civilização ser tão evoluída conclui per si que não seria a única nem a mais antiga civilização pelo que é de fácil deduzir que a primeira civilização se terá desenvolvido bem antes.

        Voltemos aos factos, esta cultura dominou o Vale Hindu por talvez 1500 anos até as invasões do povo Ariano, nómades da Ásia Central quem se se atribui a escritura dos Vedas. Apesar do Ayurveda ser referenciado no Rio Veda (o mais antigo dos vedas), Sama Veda, e Ajur Veda, é no Atharva-Veda que se reconhecem referências mais especificas sobre o Ayurveda. Posterior aos Vedas mas ainda alguns milhares de anos antes de Cristo surgem 6 grandes tratados médicos, entre eles o Charaka Samhita (tratado de medicina interna) e o Sushruta Samhita (tratado de cirurgia), escritos inicialmente para treinar médicos que se responsabilizassem pela saúde dos governantes dos reinos pois estes refletiam a saúde do estado e manutenção da estabilidade política.
        Foi na era de Gautama Buddha (563-483 a.C.) que o Ayurveda viveu a sua fase gloriosa, pois o próprio Buda era um grande estimulador de sua prática e estudo, excepção feita à prática cirúrgica por ser valor máximo do budismo a não violência (incluindo práticas cirúrgicas e investigação).

        No século III a.C., motivado pelos ensinamentos de Buda, Ashoka (imperador do norte da India) converteu-se ao Budismo e construiu hospitais de caridade, com setores de cirurgia, obstetrícia e problemas mentais, por todo o reino, não somente para seres humanos, como também para animais. E enviou emissários para países vizinhos, o que ajudou a difundir ainda mais o Budismo e o Ayurveda fazendo o Ayurveda chegar ao Sri Lanka. Durante os dois reinados posteriores, houve grande incentivo à prática da medicina Ayurveda com o governo a patrocinar hortos de plantas medicinais, construir hospitais e maternidades e punição de charlatões que tentavam praticar medicina sem permissão imperial. Em simultâneo o incentivo da prática estimulou o aprendizado tornando-se igualmente um período intelectualmente fértil com a construção de verdadeiras universidades onde eram ensinados, além do Budismo e da ciência védica, história, geografia, gramática, literatura sânscrita, drama, poesia, leis, filosofia, matemática, astrologia, astronomia, comércio, artes bélicas e medicina. A mais famosa destas universidades era a de Nalanda, que fechou portas por volta do século XII d.C., após quase 800 anos de funcionamento.

        A Era de Ouro do Ayurveda tinha chegado agora ao fim, ou perto disso.
        Entre os séculos X e XII, as repetidas e violentas invasões da India por muçulmanos levaram ao assassinato de monges budistas, destruição de universidades e bibliotecas. Aqueles que conseguiram escapar fugiram para o Nepal e para o Tibete levando os poucos textos ayurveda que conseguiram (alguns destes preservados até hoje apenas na tradução tibetana, daí o equivoco de associar a medicina tibetana a algo diferente de Ayurveda).
        No século XVI, Akbar, o maior imperador mongol, notavelmente esclarecido, ordenou que todo o conhecimento médico indiano fosse compilado, contribuindo ainda mais para a preservação do Ayurveda.
        Durante os séculos XVI e XVII, quando foram abertas as rotas para o Oriente, os europeus, difamam a sabedoria tradicional sugerindo esta ser a causa do “atraso” no desenvolvimento da India. O resultado foi que, após 1835, com a India sobre domínio europeu, somente a medicina ocidental tinha reconhecimento legítimo sendo a cultura e a medicina indianas ativamente desencorajadas e a tradição do ensinamento oral de mestre para discípulo quase perdida.

        No início do século XX, com a ascensão do nacionalismo indiano, a arte e a ciência indianas ressurgiram e o Ayurveda voltou a renascer. Atualmente é um dos seis sistemas médicos reconhecidos na India: Ayurveda, alopatia, homeopatia, naturopatia, Unani, Siddha (variedade de Ayurveda praticada ao sul da India) e o seu sucesso no mundo atual é inquestionável.

        “O Ayurveda tem origem em tempos imemoriais, a história não tem por isso memória da sua origem pelo que contaremos aqui a parte de que há memória ou/e registos.”

        Agora sim partilho o que me apaixonou por este corpo de conhecimento: primeiro, a sua história de quase 5.000 anos de tradição rompendo as barreiras impostas pelo tempo e pelas fronteiras culturais, sobrepondo-se a todas as transformações sociais, políticas e científicas que aconteceram entretanto; em segundo lugar o facto do Ayurveda não só se manter vivo no seu local de origem, mas a forma incrível como sem necessidade de se impor, invadir, descontrair outros sistemas, se expande pelo mundo e se insere naturalmente na vida dos mais diversos países do mundo; e em terceiro lugar, a capacidade evolutiva do Ayurveda e sua humildade de se aceitar “reconhecida” dentro do conceito de ciência e inserida no meio académico moderno, apesar de todos os preconceitos e separatismo de que ainda é alvo por parte da ciência moderna.

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        YOGUI LIFE | Não precisas ser vegetariano, calmo, passivo e saudável para iniciar o Yoga

        By | YOGUI LIFE

        YOGUI LI

        YOGUI LIFE

        SEJA QUAL FOR O DESAFIO O YOGA AJUDA
        TABU: NÃO PRECISAS SER VEGETARIANO, CALMO, PASSIVO E SAUDÁVEL PARA INICIAR O YOGA

        Muitas pessoas descobrem o Yoga em algum momento de necessidade. Surge quase como um conforto, mas acaba por mudar a vida de forma natural e espontânea.

        Comigo aconteceu um pouco diferente.

        Desde que me lembro que tinha necessidade de me sentar no chão, andar descalça e mexer nos pés (o que irritava profundamente a minha Mãe) e fazer uns movimentos com o corpo que não sendo uma dança eram algo muito semelhante. Adorava brincar com a respiração e fazer movimentos com a barriga e os olhos que todos me diziam ser uma patetice. Uma vez viram-me a fazer a “minha cena” na praia e perguntaram “praticas Yoga com quem?”. Passei-me, o Yoga era para mim, na altura, uma seita ou religião e eu estava muito zangada com a religião em que fui educada e por isso compararem algo que me trazia manha tranquilidade com algo que me confrontava não era uma equação possível.

        Muitos anos passaram e “puro acaso” na UTAD, em Barcelona, a única aula disponível antes de começar a trabalhar era às 06h e como sempre gostei de acordar cedo não foi difícil a escolha. Era uma aula de Iyengar e a minha relação com aquela prática tornou-se uma linda história de amor. Daquelas em que nos apaixonamos e queremos falar a toda a gente, estar todos os dias, investir todo o tempo. Como qualquer relação de amor também esta tinhas as suas crises, questionamentos e contratempos mas nada que a abalasse verdadeiramente e o interesse crescia. tornara-se evidente que queria viver esta relação para sempre por isso tratei de a formalizar e tirar o meu primeiro curso de Yoga.

        Seguiram-se vários e em 2 anos estava a dar aulas, a fazer dos fins‑de‑semana a “semana” de estudo e não foi preciso muito mais tempo para abdicar da minha carreira académica para me decidir a viver 100% com o Yoga.

        Tinha uma vida estável, uma carreira promissora e segura e um income financeiro muito confortável. Tudo isto associado à minha condição constante de pular entre interesses/paixões fazia com que família, colegas e amigos não acreditassem que era amor verdadeiro e tentassem destituir-me da minha decisão de largar tudo pelo amor ao Yoga. Já nada me satisfazia, o dinheiro, o reconhecimento, a carreira, os convívios sociais, o desporto e todas as invenções da indústria do fitness que durante alguns anos fizeram parte da minha vida profissional, nada servia.

        Confesso que actualmente a minha relação com o Yoga se transformou, fui Mãe, sou empresária, professora, terapeuta, mulher. O Yoga deixou de ter um lugar de destaque e enamoramento na minha vida e passou a fazer parte dela. Costumo dizer aos meus alunos que o Yoga é o meu relacionamento mais longo. tão longo que às vezes esqueço que está lá. Porque está sempre. Não me passa pela cabeça não acordar cedo para praticar nem deixar que o dia acorde antes de agradecer a sua chegada. Não me passa pela cabeça ler um romance ao olhar para a nova versão do Bhagavad Gita ou uma Upanishad. Não me passa pela cabeça uma vida diferente da que tenho e não, não sou “Shanti, shanti”, não dou a outra face quando me dão uma bofetada, não falo sussurrando, não tenho um ohm tatuado nem um japamala envolvido no pulso. sou vegetariana mas não como soja, tofu e não tenho especial afinidade com a evangelização do Yoga.

        “O Yoga não existe na minha vida para gerar conforto, apesar de o criar, o Yoga lembra-me todos os dias que a vida acontece aqui e agora.” Lara Lima

        Yoga não existe na minha vida para gerar conforto, apesar de o criar, o Yoga lembra-me todos os dias que a vida acontece aqui e agora. Que as dualidades existem e formam a unidade e que devemos fazer o que podemos a cada momento em vez de esperarmos momentos perfeitos para agir. E isso não é de todo, na maioria das vezes, confortável.

        Para os mais incautos o Yoga pode parecer uma filosofia demasiado cor de rosa, idealista, extremista, demasiado “namasté” e pouco real. Talvez, depende do ponto de vista mas falando desde o meu ponto de vista posso assegurar que o Yoga não existe na minha vida para gerar conforto, apesar de o criar, o Yoga lembra-me todos os dias que a vida acontece aqui e agora. Que as dualidades existem e formam a unidade e que devemos fazer o que podemos a cada momento em vez de esperarmos momentos perfeitos para agir. E isso não é de todo, na maioria das vezes, confortável.

        Para os mais atentos ao exterior o Yoga pode parecer um desafio circense de colocar o corpo em posições esquisitas com roupa desenhada em cenários paradisíacos mas, talvez devido à minha falta de atenção, posso assegurar que na maior parte dos dias a minha roupa não é slim e o cenário está entre um carro da patrulha pata e um estendal de roupa a secar.

        Para os moralistas o Yoga é uma filosofia (?!) que educa a mente a atingir um estado de calma no dia a dia que te faz ser a melhor pessoa do Mundo por não comer carne, cumprimentar com um namaste e abraço apertado e viveres uma vida quase que Franciscana, em voto de pobreza e simplicidade mas deste ponto de vista onde me encontro, apesar de reconhecer que de facto talvez o income financeiro não seja a prioridade, gosto de ter dinheiro para gastar no que considero importante, não dou abraços calorosos e cumprimento os demais com um sorriso e respectivo Bom…

        Quando me perguntam o que é afinal o Yoga a minha resposta tende para “aquele comportamento que te faz sentir uma pessoa melhor, que te faz querer agradecer cada dia ainda que reconheças os desafios, que te faz confiar que o melhor está por vir, enfim o yoga é como o amor, tem essa capacidade de mudar não a nossa vida, mas a forma como vivemos.

        Por onde pode começar…

        Não sei se isso realmente importa porque nem todas as pessoas querem começar mas, se a pergunta vem de um interesse pessoal em começar, começa por onde seja possível, desde que comeces, seja em aulas por youtube, podcasts, apps, livros inspiracionais, cartas de asana, ginásio ou aulas num shala o importante é começar porque de facto o Yoga tem um “quê” de magia que se sente como uma maior percepção de felicidade e serenidade que conduz inevitavelmente a uma vivência melhor, com nós mesmos e com os outros. E não há nada tão relevante como estarmos bem connosco, cheguemos ou não com o nariz aos joelhos ou o pé atrás das costas.
        Para aqueles que encontraram na prática desportiva a motivação e fonte para uma postura de bem estar com a vida o Yoga não traz uma alternativa mas um desafio extra, uma espécie de bem-estar pleno e consciente resultante de um conjunto de técnicas que simplificam a vida.

        Se já começaste e queres aprofundar ou levar mais a sério precisas de três coisas: (i) o método certo, que é aquele que te inspira mas que seguramente começa por ser algo disciplinado e devidamente orientado por quem sabe, (ii) instruções certas que apenas são possíveis se a pessoa que te instrui te conhece pelo teu nome próprio e (iii) compreensão certa que implica que consigas entender o que te é passado. As duas primeiras O PROFESSOR QUALIFICADO garante, a outra depende apenas de ti.

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        BACK2LIFE | Não cabe ao terapeuta motivar ou curar

        By | BACK2LIFE

        Não cabe ao terapeuta motivar ou curar,
        AO TERAPEUTA CABE APENAS MOSTRAR O CAMINHO E ILUMINAR A CHEGADA.

        Vivemos numa sociedade nominal.

        Actualmente tudo tem de ter um nome para existir. Se não tem nome, não existe (excepção feita aos nados mortos que infelizmente em Portugal são obrigados a ter um número de contribuinte mas não permissão para registo notarial, afinal, aqueles Seres “não existiram”?!?). Assim aconteceu também com a força da gravidade (“inventada” por Isaac Newton).

        Da mesma forma acontece com os processos de cura, as terapias, que se não tiverem um nome e descritivo (leia-se por descritivo um “nome de família” que permita o seu reconhecimento no “estatuto social” do mundo das terapias) não são validadas podendo até mesmo ser desmerecidas e escarnicadas quando o seu nome não é reconhecido pelos grandes juizes da verdade que habitam no mais comum humano.

        “É fundamental ter na Vida alguém que nos inspira, que nos chama pelo nome e que nos mostra que somos capazes de tudo o que sonhamos numa melhor versão de nós mesmos.”

         

        Um nome parece trazer a segurança da forma e havendo uma forma “o bolo sai sempre igual” repetem cheios de certeza os incautos na caminhada de auto-conhecimento. Só que não, a questão não é o nome, nem a forma. A questão é o processo. O processo que cada um percorre e que é único. O processo pessoal que não serve um protocolo, que não se encaixa num template, que não se delimita com muros auto-erguidos que nos fazem perder a noção do limite que devíamos impor à liberdade pessoal de nos condicionarmos. Mas a sociedade nominal gosta de formas, de nomes e por isso precisamos de alguém que nos inspire a esquecer, a ultrapassar os muros das nossas próprias prisões. E isso é um processo único, especial, demasiado importante para demitirmos a nossa responsabilidade mas onde felizmente podemos ter convidados especiais para nos acompanharem, nos mostrarem o caminho e iluminarem  chegada. Porque existe de facto, na vida de alguns de nós, um momento em que sentimos uma vontade incontrolável de parar e reavaliar. Não me refiro a momentos comuns como as passagens de ano e aniversários (apesar de reconhecer que estes podem ser momentos catársicos) mas a momentos efectivos em que procuramos o propósito da vida (para além da corrida entre casa, trabalho e pequenos momentos de lazer que nos sabem a pouco).

        Para nós, no BMQ, esse processo de auto-conhecimento tem o nome de BACKTOLIFE. Decidimos dar este nome ao processo que, sem forma, protocolo ou template, usa um conjunto de ferramentas comuns: Yoga, Ayurveda, Psicologia, Nutrição, Coaching; para ajudar a encontrar o caminho de quem nos procura para caminhar de encontro com a vida que deseja criar para si.

        Após uma única sessão, é fácil perceber que algo mudou. A memória aclara, a concentração aumenta, a agitação da mente reduz, a ansiedade atenua e o corpo relaxa. Todo o sistema é revitalizado. Dá-se uma verdadeira purificação e rejuvenescimento do corpo e mente. Isso é terapia, pelo menos aos meus olhos.

        “Porque existe de facto, na vida de alguns de nós, um momento em que sentimos uma vontade incontrolável de parar e reavaliar.”

         

        Se fazes parte desse diminuto mas crescente clã de “alguns de nós” seguramente esse momento já te bateu umas certas vezes na vida, aparecendo como uma vontade simples de ficar em silêncio ou, para os mais loucos e aventureiros, uma tentativa de esticar o silêncio de um momento para o dia inteiro. Porém, por vergonha, baixa-auto-estima e forte julgamento pessoal talvez tenhas cedido ao berro estridente de uma voz interior que aponta: “que disparate, que perda de tempo, deixa para mais tarde”; e assim vamos protelando a existência para a saudosa lembrança daqueles que ficam quando partimos.

        Asseguro-te que é possível VIVER a Vida de forma clara, objectiva, plena e prazeirosa. Arrisco até dizer que é possível ser feliz a tempo inteiro pois apesar de não teres controlo sobre a Vida tens um poder pessoal incrível de intervir nela.

        Repara, SABES TANTO DE TANTAS COISAS : sabes do teu trabalho e possivelmente de mais dois ou três (porque te fizeram acreditar na importância da multidisciplinariedade), sabes sobre família, educação, parentalidade e  crises conjugais. Sabes sobre direitos sociais, ambiente, história, ciência e política, mas POUCO SABES DE TI. Controlas agendas, máquinas, pessoas, tempo e calendários mas tens uma dificuldade incrível em controlar a própria mente e canalizá-la à tua vontade.

        Este é o lugar comum da maior parte da humanidade que parasita a vida escrava dos desejos e aversões sem poder pessoal de investigar as suas vontades não contaminadas pela ambição de ser em comparação ao outro. Este é o lugar da maioria de nós antes de se tornarem em “alguns de nós”. Esse momento de metamorfose inicia no momento em que aparece o questionamento, eu chamo a isso o primeiro despertar. Mas, como todos os despertares dos últimos anos, habituaste-te a ignorar o despertador (esse aparelho que de tão indelicado deixou de ter forma própria e é agora um acessório sem grande destaque em qualquer telemóvel) e a ficar um pouco mais onde estás apesar de saberes que em breve vais saltar da cama taquicárdio e atrasado para coisa alguma.

        Mas talvez hoje tenha acontecido de forma diferente. Talvez por leres um livro, ou por te teres cruzado com um amigo que não vias há dias (e quando deste por ti passaram afinal anos) e perceberes o tão bem que está em comparação  a ti que pareces Pai dele, ou talvez estejas a passar por uma crise pessoal, familiar, conjugal ou profissional. Seja o que for que tornou este momento diferente agradece pois este é o teu MOMENTUM. Este é de facto “o primeiro dia do resto da tua vida” como canta Sérgio Godinho.

        Existem 3 tipos de pessoas que me procuram:

        1. A grande maioria que não sabe descrever de forma clara e objectiva a verdadeira razão que a traz até mim mas que que se cruzou com o tal amigo que lhe comentou da transformação pessoal efectiva que obteve com o Programa Back2Life e que partilha o meu contacto.
        1. Os “casos perdidos ou ignorados” pela medicina Ocidental que querem fazer algo por si mesmos uma vez que os outros que validam lhes dizem que não há mais nada a fazer (exemplo: doentes oncológicos, dependentes químicos de ansiolíticos e antidepressivos, casais com problemas de fertilidade, diabéticos, hipertensos, TOC, doentes crónicos de desordens esqueléticas, incontinência urinária e fecal)
        1. E alguns, felizmente cada vez mais, casos de despertares que querem finalmente começar a viver as suas vidas de forma consciente ora porque viveram recentes perdas, rupturas ou muito frequentemente grávidas que sabem que agora é o momento para aproveitarem a oportunidade de tomarem as rédeas da sua Vida e felicidade.

        Felizmente são cada vez mais os que se comprometem com o despertar mas ainda existe uma franja que quando confrontado com o “frio lá fora” decidem que ainda não é o momento certo para despertar e preferem recolher ao aconchego da rotina que não resulta mas conforta. A questão agora é tua – “Não sei se vale a pena investir este tempo em mim, este dinheiro. Como posso ter garantias do resultado? E se for apenas mais um daqueles impulsos de mudança que acabo por largar com o tempo”.

        Pois, o compromisso com o próprio despertar, de assumir um compromisso Back2Life, é de facto uma decisão pessoal pois não cabe a ninguém, que não tu mesmo, convencer-te a fazer algo, motivar-te. A motivação é algo que tem de vir de dentro e que só lidera o primeiro passo. É preciso muita força, disciplina e determinação para manter um caminho que, te asseguro é feito de solavancos, desafios, corpo e mente doridos. Só não sabe isso quem nunca caminhou.

        Assumir a liderança da tua Vida é A CAMINHADA da tua Vida, bem mais exigente que um doutoramento ou qualquer grau académico pois este processo de mudar a própria natureza da mente para que manifeste algo que antes não se evidenciava na estrutura da personalidade é algo que não se consegue apenas estudando conceitos filosóficos em livros e palestras. A MUDANÇA DE PARADIGMA é algo que tem de ser praticado e descoberto pessoalmente para se ter a verdadeira experiência dos seus benefícios.

        Para podermos dar este mergulho, precisamos de três coisas: (i) método certo, (ii) instruções certas e (iii) compreensão certa. As duas primeiras O PROFESSOR QUALIFICADO garante, a outra depende apenas de ti.

        Vamos a isso?

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        BELLY LOVE | O início de um caminho de amor e conflito

        By | BELLY LOVE

        A PARTILHA DE UMA EXPERIÊNCIA QUE NOS PREPARA PARA AMAR

        M de Mãe, a minha ou a tua?

        Há quem diga que ser Mãe nos faz compreender melhor as nossas Mães. Então porque é que de repente ficou tão difícil ser filha, esposa, nora e mãe dos netos?

        Querem a minha opinião? Ser Mãe traz uma parafernália de papéis, regras e coisas que para uma sociedade viciada na acumulação de papéis como a nossa se torna muito difícil de gerir. E, como se aprender a lidar com aquele pequeno Ser não bastasse, que aprender a gerir toda a equipa que nasceu com ele, especialmente quando chega a alturas do ano como o Natal.

        Pois é, quando nasce um pequeno Ser não nasce apenas uma Mãe mas uma explosão de gente, quais Gremlins em contacto com a àgua. Nasce um Pai e mais, nasce não uma mas duas Avós, 2 Avôs e, dependendo da sorte, uma multidão de tios e tias com aspirações a Padrinhos e todas as promoções inerentes a um conjunto de pessoas com um objectivo comum (conquistar um local de destaque na evolução deste novo projecto – o bebé).

        Hoje vamos ficar pelas Avós, as grandes Mães, as Mães das Mães e por isso (dizem elas) as “duas vezes” Mães.

        Ser Mãe é como conquistar o topo da carreira e todos sabemos como é difícil mudar de cargo depois de conquistar o topo, nem que não se trate de uma despromoção mas apenas da reforma.

        Ser Avó é isso. Ser Avó é a reforma das Mães. Mas a reforma tão esperada durante 30 anos não é facilmente aceite quando chega a altura de assinar os papéis e isso torna tudo mais difícil para a recém promovida Mamã que tem agora duas missões: (1) Aprender a Ser Mãe e… pasmem-se, (2) ensinar as Mães a serem Avós. Por isso grito em desespero (qual Mafaldinha inconformada):

        “Há quem diga que ser Mãe nos faz compreender melhor as nossas Mães. Então porque é que ser Avó não faz o mesmo na escala evolutiva?”

        Não se trata aqui do medo de sentir que as avós nos roubam o nosso protagonismo mas sim de as fazer entender que o seu protagonismo é e deve ser agora de Avó e não de Mãe da Mãe, Mãe do Pai, Mãe da cria e muito menos Juíz da Mãe da cria. Não se trata do chocolate que dão ao nosso pequeno Ser, do leite, iogurtes, pão ou bolachas que lhe dão à nossa rebelia mas sim do facto de não o fazerem às escondidas, entre olhares cúmplices, mas de forma descarada confrontando, com uma atitude desafiadora, a nossa decisão de não dar.

        Não, não tenho medo de perder o protagonismo de Mãe quero apenas que ela aceite o seu protagonismo de avó pois cada uma tem seu lugar e seu papel na vida da criança e o meu pequeno Ser não precisa de mais uma Mãe mas sim de duas Avós únicas, afetuosas e inesquecíveis.

        Não se trata de negar ou recusar a importância, a sabedoria, a experiência, o afeto ou o carinho da Avó mas defender e assumir o meu papel de Mãe. Deixar bem claras as funções e as fronteiras de cada papel num acordo que tem de ir para além das intenções e pressupostos. Um acordo entre Mães, realizado de forma honesta e frontal que respeite o papel de cada uma sem que a mais velha, por se considerar mais experiente, queira tomar conta da situação e a mais nova, por se considerar new age não respeite a importância do papel ternurento e cúmplice da avó e a sua experiência e sabedoria. As linhas que desenham este contrato não são óbvias nem tão pouco Universais ou do censo comum. Elas são sim aquilo que funciona para o casal e que deve ficar claro para as avós, independentemente do número de vezes que se tenha de “ler” em voz alta o contrato.

        É importante reconhecer que nos encontramos todos nesta roda de aprendizagens coletivas – nós a aprendermos a ser Mãe do Filho, Esposa do Pai, Filha da Avó, Nora da Avó; elas a aprenderem a ser Mãe do Pai, Mãe da Mãe, Avó do Neto; eles a aprenderem a ser Pai do Filho, Marido da Mãe, Filho da Avó, Genro da Avó. Para que estas aprendizagens sejam transmitidas de forma segura ao pequeno Ser que está a aprender a ser Filho e Neto há que aprender a partilhar tempos e espaços, estar disponível afetivamente para nos entre ajudarmos nestas aprendizagens com delicadeza, respeito e sem desabilitar Pais e Avós permitindo o crescimento destes Papéis com sensibilidade e sem receio de simplesmente Ser.

        Acima de tudo há que aprender a ser Filha da Avó e Avó d@ Net@ e perceber que a relação Mãe e Filha mudou. E no entretanto aprender a fazer isto com a Mãe Sogra de mão dada com o Filho Pai ou… apresentar este artigo ao companheiro e sugerir :

        “Eu faço isto com a minha e tu com a tua, combinado?”

        E se ele não quiser ler? E se ele não quiser agir? E se ele não se importar assim tanto com o que acontece com a relação do seu filho com a sua Mãe? Como deve ser o meu papel de Mãe em relação à Avó Paterna?

        A minha sugestão é sempre a favor da criança. Acredito que quantas mais pessoas amarem os meus filhos e mais eu promover essas relações de amor fraterno maior será o núcleo de protecção e rede de apoio dos meus filhos fazendo-os sentir mais protegidos, nutridos e felizes (inclusive se em alguma altura eu, ou o Pai não podermos estar).

        Por outro lado, muitos Netos que têm o privilégio de ter um dos Avós por perto podem passar mais tempo e de maior qualidade com os que, para além de cuidadores, os amam de forma efectiva como os Pais. E esse papel não tem de ser exclusivo da avó materna uma vez que não restam dúvidas sobre a equanimidade dos sentimentos que os avós maternos e paternos têm pelos seus netos. Assim, independentemente de ser “minha ou tua” é nosso papel enquanto Mães incentivarmos uma relação de respeito e cumplicidade entre os nossos pequenos Seres e ambas as avós pois a avó paterna não é somente a mãe do Pai, mas também a avó dos meus filhos.

        Parece-me que pensar desta forma numa altura como o Natal pode trazer paz no conflito real que acontece assim que a questão “Natal com os meus ou os teus?” se coloca. Até porque se para umas famílias a dúvida tem apenas uns quilómetros de distância, para outras famílias trata-se de um dia de viagem e no fim, o egoísmo resulta num Natal no banco de trás do carro.

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        YOGUI LIFE | O início de um caminho que se faz caminhando

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        A PARTILHA DE UMA EXPERIÊNCIA QUE PREPARA PARA VIVER DE FORMA ECOLÓGICA

         

        Como já deves ter percebido, este Blog segue uma estrutura de publicações e abrimos hoje esta nova rubrica “YOGUI LIFE”.

        Esta rubrica, que sairá na última semana de cada mês, é em género de crónica pelo que se baseará em aspectos do meu percurso e experiência pessoal, ainda que nem sempre respeitando a sua cronologia, e numa linguagem simples e directa. Por se basear na minha pessoa encontrarão referência constante a textos e conceitos do Yoga e Ayurveda que estão profundamente integrados na minha Vida e dos quais não consigo dissociar a minha existência. A única diferença é que os acontecimentos mais recentes, de 20 anos para cá, são conscientes do corpo de conhecimento Ayurveda e Yogui enquanto que anteriormente eram apenas “loucuras” pessoais.

        Assim, como tudo o que está presente na Natureza, também eu sou formada por cinco elementos essenciais que se manifestam em mim (como em ti e tudo o que existe na Natureza) de forma única e exclusiva desenhando forma, traço de personalidade e metabolismo. A esta combinação única o Ayurveda define de PRAKRITI e de forma muito rudimentar ela é traduzida como dosha de origem (o que não é bem assim mas cujo esclarecimento ficará para outra rubrica).

        A motivação para escrever esta crónica é fruto dos elementos manifestados em mim: AKASH (espaço) e VAYU (ar) que me fazem fantasiar sobre tudo o que me acontece e ter grande vontade de partilhar; sobretudo porque o meu AGNI (fogo) faz-me acreditar que se me aconteceu a mim seguramente que é algo lógico e claro que acontecerá também a vocês (?!) e por isso será de vosso interesse a partilha (ou não); por outro lado, o elemento JALA (água) oferece-me uma excelente memória pelo que este caminho promete ser longo e o elemento PRTHIVI (terra) dá-me a estrutura e resistência para seguir partilhando por bom tempo.

        Apresentações feitas hoje inicio então um pouco sobre a minha história.

        Ter uma Vida Consciente começou, para mim, bem antes do Yoga fruto de um grande questionamento que sempre me fez parecer chalupa em frente ao espelho, estranha aos meus semelhantes (que como crianças e adolescentes logo trataram de me gozar) e altamente impertinente perante os mais velhos. Não passou muito tempo até me tornar consciente de que não estava bem com a minha Vida nem a minha Vida estava bem para quem me rodeava (bom, este segundo momento só aconteceu quando fui para a faculdade e comecei a ter Vida própria, seja lá o que isso for). Parecia que o que quer que fizesse, fazia errado: relacionamentos errados, escolhas erradas, palavras ditas de forma errada, palavras ouvidas distorcidas da intenção original, enfim, a minha pegada ecológica era gigante mesmo que fosse acérrima fã da reciclagem, vegetariana, activista na Greenpeace e devorasse todas as revistas da National Geographic.

        Na verdade passei quase 20 anos a viver como se fosse um E.T no fundo de um poço e estava decidida a mudar. Foi aí que descobri a necessidade de uma Ecologia Pessoal, longe ainda de saber o que isso significava de forma clara e objectiva. Naquela altura tratava-se apenas de ter uma vida com o menor impacto negativo possível sobre o que me rodeava. Felizmente, neste percurso cheio de visitas a psiquiatras e psicólogos, apenas um se aventurou a me prescrever algo (o que no final de um blister resultou numa ida para o hospital terminando assim a minha relação com a medicação) existiu sempre uma motivação interna de muito silêncio e recolhimento (graças ao Kapha que existe em mim), muita vontade de conhecer e aprender (graças ao Pita em mim) e muita criatividade e sensibilidade (trazidas pelo meu Vata agravado) para “inventar” terapias desde “escrita criativa” (inúmeros diários com esquemas, desenhos, textos, grafismos), “yoga” (um conjunto de movimentos corporais que mesclavam dança, ginástica e acrobacia), “pranayama” (brincadeiras com a respiração e muita vontade de reter a respiração até desligar e redescobrir o ligar de novo).

        Sou de facto obrigada a usar o “cliché” : “o Yoga existe na minha Vida desde sempre”. Contudo, curiosamente (para quem não me conhece) a palavra Yoga ouvida e sugerida por outros era para mim como mastigar algodão, uma exemplo perfeito de arrepio e aversão. Principalmente na minha adolescência, momento da Vida em que claramente Pitta se posiciona com mais força e esse tipo de prática não era para mim forte e estruturada o suficiente para que valesse a pena sequer me aproximar das “seitas” e “freaks” que a representavam na minha cabeça estereotipada.

        Felizmente, algo em mim falou mais alto e deixei-me ir na corrente de um movimento fluido porém rápido e intenso, como uma vaga de um tsunami que aparece do nada, acontece e sai deixando uma outra realidade que inicialmente parece apenas caótica e sem sentido.

        Foram 10 anos tipo bola de uma máquina de pinball, atirada para uma catadupa de vivências que alimentavam uma trajectória de acontecimentos aparentemente sem lógica ou relação: viagens, acontecimentos e pessoas surgiram de forma instantânea até me conduzirem de forma bem suave ao corpo de conhecimento teórico e experiência do Yoga e Ayurveda Tradicional. Quando dei por mim já não havia forma de voltar atrás, eu era já outra pessoa e CONSCIENTEMENTE o Yoga e o Ayurveda estavam agora integrados em mim, como uma marca de nascença que só agora fora descoberta.

        Como todos os  que vivem o Yoga e o Ayurveda, também eu não os sinto ou uso como meio, como uma profissão ou tão pouco como um conjunto de diplomas, livros ou blocos de notas que uso em tempos de dor. Yoga e Ayurveda são a minha Vida e por isso senti desde logo a necessidade de partilhar criando um espaço para acolher pessoas que sentissem os mesmos desafios que eu nas suas vidas e vontade de intervirem sobre ela. Naturalmente surgiu o BmQ, fruto de um monte de sincronias sem as quais nada seria possível.

        Mais um cliché: “o que tem de acontecer acontece quando tem de acontecer”.

        Naturalmente, em menos de 5 anos o BMQ cresceu e acolheu, graças ao apoio dos meus Professores e Equipa de Anjos, pessoas tão ilustres como: Dr. Rugue, Dr. Avinash Lele e Dra Bharati (fundadores do Internacional College of Ayurveda), Dr. Subnash Ranad (actual presidente do ICA), Dr. Mandar, Dr. Gunvant Yeola, Gunesvara Das, Pedro Kupfer, Tomaz Zorzo, Anand Zorzo, Dany Sá, Miguel Homem, Lu Andrade… sei lá, tantos e tantos.

        Mas (momento para mais um ou dois clichés) “tudo tem o seu tempo”, ou como prefiro “tudo muda a todo o instante”, e momento actual que vivemos trouxe a necessidade de nos reinventarmos. Não curiosamente ou fruto do acaso, como muitos lhe gostam de chamar, o momento veio apenas permitir tudo o que já se cozinhava nas mentes criativas que me acompanham fazendo deste momento um momento altamente criativo, produtivo e transformador.

        É esta alegria e entrega ao principio criativo Universal que me fascina e me faz chamar a esta rubrica a YOGUI LIFE. Aquele que de facto caminha com Yoga e Ayurveda, não os usando como mero meio, caminho ou ferramenta, percebe com alegria a Vida como uma viagem constante, atravessando caminhos de terra batida e auto-estradas com a mesma tranquilidade e leveza pois é desta pluralidade que surge a unidade. Por outro lado, o Ayurveda mostra que durante esta viagem vivemos num constante processo de troca não havendo perdas nem caos, quanto muito uma ordem desconhecida.

        Apresentar-vos as minhas descobertas nesta caminhada a que chamo VIDA, e que se faz caminhando, pretende ser uma partilha humilde e respeitosa. Algo que me faz sentir bem. O vosso feedback, “like”, comentário ou partilha do texto nas vossas redes sociais ou entre a vossa rede de amigos é uma oportunidade para perceber se a partilha é apenas um desejo do Ego (só me fazendo sentido a mim) ou de facto uma vontade cuja realização traz em si mesmo um preenchimento interior.

        Finalizo esta crónica com uma grande aprendizagem desta caminhada, talvez a que me traz mais alegria e por isso Saúde e Paz:

        “A melhor medida da Partilha é a Alegria da experiência que conduz à partilha.”

        (autor desconhecido)

        Fruto desta partilha surgiu o BmQ que diariamente se transforma, e também agora se está a transformar num método com diferentes programas, para diferentes pessoas, em diferentes momentos.

        A nossa missão é ajudar e incentivar nos primeiros passos da caminhada ética de Viver, condição indispensável para que a Vida desperte para o seu potencial de plenitude e Paz numa transformação pessoal efectiva que se possa manter mesmo depois da sua conclusão. E isso, vai muito além da prática de asana semanal.

        Como tornamos isso possível?

        Em primeiro lugar temos consciência que este é um caminho de todos mas não para todos e isso deve ser claro e respeitado.

        Numa sociedade marcada pelo consumismo, mediatismo e imediatismo não há tempo para parar e pensar, não há tempo para escolhas conscientes. E se tudo isto não fizer sentido? Não, mais vale não pensar e deixar-me ir, afinal o relógio não pára.

        Até parar!

        Apesar de comum, não é preciso atingir o próprio limite para mudar. Não é preciso enfrentar um momento de queda evidente, quando o corpo parece já não ter força para responder às necessidades do dia a dia, ou já não tem de facto, e a mente já não consegue lidar com o acordar, chegando aos extremos do desânimo. Podes mudar agora, podes mudar a qualquer momento. Esta mudança não se refere à pseudo-mudança de introduzir novos comportamentos, tirar um pedaço ou órgão, tomar uns comprimidos, fazer umas aulas de yoga e meditação mas sim uma mudança efectiva de paradigma com total entrega e profunda consciência do tempo e investimento que a caminhada requer.

        Trata-se de mudar de Vida meus caros.

        O BmQ serve para todos os que verdadeiramente queiram e tenham disponibilidade para reassumir a responsabilidade pela sua própria saúde e interesse pela sua própria vida. Claro que existem muitas mudanças de direcção no caminho, paragens, inversões de marcha. O argumento comum da não continuidade de um programa cuja eficácia ele mesmo comprova é a falta de capacidade de concentração em Si – “A vida simplesmente aconteceu e quando dei por mim já estava muito longe do caminho que tinha escolhido. Perdi-me. Perdi o foco”, este é o testemunho comum de alguns pacientes e alunos.

        Sim, de facto a vida acontece e com ela muitas coisas que não controlamos. De facto existirá algo que controlamos? Não sei. O que sei é que da observação atenta aos detalhes do dia a dia pequenas mudanças surgem que rapidamente resultam em grandes transformações. Sei também que é fundamental termos alguém que nos motive e inspire a seguir mesmo nos momentos mais desafiantes, é fundamental pertencer a uma egrégora, há quem lhe chame tribo ou simplesmente familia. Nós chamamos BmQ.

        O propósito dos programas BmQ (BacktoLife, Belly Love, Ecologia Pessoal, Ayurkitchen, Challenges) é de te proporcionar ferramentas adequados à tecnologia interna inata que tens e te permite uma existência orgânica/ecológica e funcional logo uma profunda paz interior, firmeza e auto-controlo.

        Porém, aceder a esta tecnologia, que nos é inata, após tantos anos de “bugs”, “updates” e “bias” é tarefa  bem mais exigente que fazer um doutoramento ou obter qualquer grau académico uma vez que a mente se tornou indisciplinada e caprichosa. Trata-se de um processo de RE-EDUCAR a própria mente, aquilo que acreditamos ser e do qual acreditamos depender, e isso é algo que não se consegue apenas estudando conceitos filosóficos em livros e palestras ou praticando yoga e meditação 7h por semana.

        Este trabalho não é uma prática superficial nem em autonomia, é um trabalho que envolve um mergulho profundo nas dimensões internas da mente e da consciência. Para podermos dar este mergulho, precisamos de três coisas: (i) método certo, (ii) instruções certas e (iii) compreensão certa. É aqui que entra o BmQ.

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