CONVERSAS COM O UNIVERSO

Já te aconteceu falar com alguém e teres a sensação que esse alguém não está a fazer caso?
O que fazes nessas alturas?

Provavelmente chamas a atenção e repetes de novo a informação.

E se o teu ouvinte continuar a ignorar a tua comunicação?

Acredito que actuas de acordo com a importância que esse assunto e ouvinte têm para ti. Por isso creio que das duas uma:

  1.  O assunto pode ser deixado para mais tarde e vais à tua vida tratar de outros assuntos. O ouvinte não te é assim tão querido e vais à tua vida, dirigindo-te a outros que te queiram ouvir.
  2. O assunto é importante e aumentas o tom de voz. O ouvinte é importante por isso aumentas o tom de voz.

Vamos então voltar um pouco atrás à origem do Universo.

Bum 💥  o Universo manifestou-se. Com o tempo foi-se agrupando a matéria. Este agrupamento foi realizado aos poucos e evoluindo em diversas formas, pelo menos assim conta a Cosmologia… e Darwin (evolução das espécies)… e Newton (na natureza nada se cria, nada morre, tudo se transforma). Creio que pela lógica, e pela ciência, podemos então afirmar que somos parte de um Universo criador. Ora se somos parte do Universo criador, o Universo deve ser como uma Mãe, agir como uma.

Vamos então falar do que é ser Mãe, de como elas agem.

As Mães amam os filhos e tudo o que fazem para eles acreditam ser de máxima importância. Todos os assuntos são importantes se são assuntos relacionados com os seres que mais amam, os seus filhos. Mas enquanto filhos queremos as coisas à nossa maneira, afinal somos pessoas (ao mesmo tempo que somos filhos, e não antes de sermos filhos). Creio que este é um ponto importante. Queremos as coisas à nossa maneira mas somos mais imaturos e menos experientes que as nossas Mães por isso quando queremos muito uma coisa à nossa maneira e a nossa Mãe nos desvia dessa coisa só pode significar uma de duas coisas:

  1.  As nossas Mães são umas chatas, déspotas, autoritárias e narcisistas que querem tudo à maneira delas e acham que somos suas propriedades
  2. As nossas Mães amam-nos, têm mais experiência do que nós, conhecem melhor o mundo e têm distância suficiente para verem que não estamos a ir pelo caminho certo

Ao longo da nossa existência acredito que quanto mais acreditamos no ponto 1 mais ouvimos o tão odiado “eu bem que te avisei”. E quanto mais acreditamos no ponto 2 mais confiamos que de facto existem coisas que não eram bem como pensávamos. O resultado vai dar ao mesmo, somos sempre os responsáveis pelas nossas escolhas. Podemos ou não aceitar a expertise de quem nos ama para escolher para além da imaturidade do ego ou podemos desafiar a expertise e fazer novas descobertas. Como Newton também disse “acertei muito menos do que errei”.

Agora voltemos ao diálogo que originou esta reflexão.

Se o Universo “fala” contigo te mostrando algo (ainda que não estejas a entender) qual a tua reação como ouvinte? Parar para tentar perceber ou seguir ignorando?

E quando o Universo fala te desviando do que achas estar certo acha que o faz por não ter mais que fazer ou porque te tem em consideração e está atento a ti?

E quando ele te berra? Amuas como uma criança mimada ou páras e refletes?

Se algum dia te aconteceu parar apenas quando ele desatou aos berros achas que consegues perceber os berros se começares a chorar ou desesperar? Não seria mais fácil parar, pedir desculpa e disponibilizar-te a ouvir?

O que te impede de parar?

E se já paraste mas não consegues ouvir o que te impede de ouvir?

E se já ouviste mas não entendeste o que te impede de entender?

E se já ouviste e entendeste mas não sabes como agir porque não pedes ajuda?

E se pedires ajuda estás disposto a receber a ajuda que te é dada ou fazes birra porque queres a ajuda que pediste, da forma como a pediste e não a ajuda que te é disponibilizada?

Se já te aconteceu passar por um momento em que não sabes o que fazer e tudo parece estar a desmoronar apesar de “mercúrio não estar retrógrado” o mais provável é não estares parado a ouvir o que o Universo tem para te dizer.

A minha sugestão é que pares. E se não consegues ouvir, se não consegues entender, se não sabes como agir deixa que o tempo o mostre.

Lara Lima
Fundadora do método BmQ
Sócia e Formadora da AMAYUR – Associação Portuguesa de Medicina Ayurveda (amayur.org)
Formadora reconhecida pela YOGA ALLIANCE
Terapeuta Ayurveda Sénior
Doula Ayurveda
Professora Sénior de Yoga
Método BmQ

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